Imagens dissecadas e incoerentes, que se tornam perfeitas e quase tridimensionais diante de um espelho. Esse é o segredo por trás das Anamorfoses (do grego na+morphé, “sem forma” ou "deformado") , uma técnica que já era conhecida pelos pintores Renascentistas, mas que impressiona e inspira até os dias de hoje.
O conceito é simples: uma imagem distorcida que, pela observação de um ponto focal específico ou através de um objeto refletor, aparece reconstituída aos nossos olhos. Os primeiros experimentos desta técnica datam do século XV (iniciados por Leonardo Da Vinci) e foram utilizados em diversos quadros, murais e afrescos cujas pinturas se confundiam com a arquitetura das paredes. “Os Embaixadores“, de Holbein, onde uma caveira se revela quando observada sob um determinado ângulo, é o exemplo mais conhecido de Anamorfose deste período.
Quadro: Os embaixadores, de Holbein
Mas a técnica com espelhos, cujos primeiros registros aparecem na China Antiga e difundida no século XVII, é certamente a mais intrigante. A partir daí, a Anamorfose deixou o caráter artístico para cair no gosto popular, sendo difundida para transmitir mensagens políticas, caricaturas e imagens eróticas para aqueles que conhecessem o “segredo” do espelho.
O processo só foi resgatado do esquecimento por artistas visuais no decorrer do século passado, novamente sendo reconhecido como uma ferramenta artística de grande potencial. Um dos destaques contemporâneos são os trabalhos do húngaro István Orosz, composições ricas em detalhes interligando tanto a imagem anamórfica quanto o reflexo resultante.
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